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quarta-feira, 31 de outubro de 2012

pura verdade

reflexao

o ver as fotos na internet do incidente causado pelo furacão Sandy nos EUA me deparei com essa imagem: tudo destruído, ao chão, exceto a Imagem da Santísima Virgem Maria, que ficou intacta!

Preciso comentar algo mais?



http://facecatolico.net/

esperando o feriado

agradecendo

agradecendo todo o apoio que me destes nesses dias. fico muito feliz com sua presença em momentos tão importantes para mim. você é sempre será especial em minha vida e jamais será despensado. te amo com toda força e com toda verdade. dedico isso ao meu amigo e meu grande namorado. tú és o que tenho de mais legal e essencial em meus dias. obrigado por tudo mozão. amo vc

rossana aparecida limongi


calor

fato

papo de loba

papo de loba

papo de loba

papo de loba



BOA SORTE MINHA QUERIDA CHAPECÓ


TAMBÉM SOU ASSIM.

KKKKKKKKKKKKKKKKKKKK

VERDADE

FATO

fato

Ponto de vista

Sonhos, planos e objetivos temos aos montes. O que nos falta, são as oportunidades para realizá-los, falta o começo do fio, o primeiro degrau, o primeiro caminho de uma estrada que prevemos longa e rica.

Perdemos um grande tempo porque nos conhecemos o bastante para saber quais são nossos desejos, mas não o suficiente para acreditar que podemos chegar ao fim deles. Claro, essa regra não se aplica a todo mundo e é por isso que o mundo continua a andar.

Há quem chegue a uma certa idade e se ache velho demais para construir. Essas pessoas olham para trás e admiram os que consideram fortes e determinados e se dizem que tudo o que eles mesmos fizeram foi viver o dia-a-dia como o mais comum dos mortais. E mesmo se os sonhos não morreram em si, acham que agora é tarde para tentar encontrar o caminho ao qual teriam dado o primeiro passo.

Claro, voltar atrás é impossível. O que é possível ainda é não se considerar velho demais e nem morto em vida, é saber que o mundo continua enquanto nós continuamos e que, mesmo se precisamos rever nossos planos e traçar outros, sempre é tempo de começar algo.
Não é por que corremos o risco de nunca ver as flores que devemos deixar de plantá-las. Se não alcançarmos a bênção de vê-las floridas, outros o farão, sentirão seu perfume e pensarão em nós.

Os que esperam o tempo de saber onde começar nunca fazem nada, porque a idéia já é o começo e as atitudes a serem tomadas para dar vida a ela são os passos seguintes.
Quando não sabemos por onde começar, devemos começar pelo que sabemos, nos aplicar nas pequenas coisas e pequenos detalhes que, juntos, poderão realizar grandes coisas.

Se você tem planos no fundo do seu coração para fazer o bem, a caridade e não começa por que não sabe por onde, comece com seu irmão, a casa do seu vizinho ou com seu colega de trabalho. A gentileza, o dom sincero de si e a bondade, são recursos que temos naturalmente.

O que você parece insignificante, para uma outra pessoa pode ser o ponto que vai transformar sua vida.

Quaisquer que sejam nossos projetos, comecemos pela fé de que se realizarão. Depois podemos olhar para nossas mãos e ver o que já possuímos, o que pode ser aproveitado.
O fato é que de braços cruzados nunca chegaremos a voar por nós mesmos. Mesmo os pássaros quando voam e procuram alimentos estão sempre de asas abertas, observam o mundo, o movimento e descobrem onde podem pousar.

Ponha amor nas mãos e mãos à obra! É bem conhecido que grandes feitos sempre começaram por pequenos passos.

Letícia Thompson


Gentileza


Há poucas situações mais desgastantes e constrangedoras do que viver uma crise de relacionamento. Pode ser com um colega de trabalho, um amigo ou alguém da família. Mas pior ainda é quando a crise cava um abismo entre você e a pessoa que dorme ao seu lado (ou pelo menos deveria dormir).

Quanto mais a sua vida e a sua rotina estiverem envolvidas com a vida e a rotina de outra pessoa, mais desmotivador e estressante se torna qualquer conflito que você tiver com ela. E se esse conflito durar por um tempo razoável, será suficiente para as conseqüências se tornarem físicas.
Cada vez mais, a Organização Mundial da Saúde nos alerta sobre os distúrbios afetivos, tais como ansiedade, depressão, síndrome do pânico, entre outros.
Tudo isso, tem muito a ver com a qualidade das relações que estabelecemos no dia-a-dia, inclusive, no ambiente de trabalho, e com o quanto conseguimos vivenciar de fato sentimentos e emoções como afeto, alegria, perdão e, sobretudo, a troca de gentileza.

Gentileza não é dizer "sim" a tudo e a todos. Não é se sentir feito de bobo, sobrecarregado ou desrespeitado em suas opiniões e em seus limites. Muito pelo contrário! Gentileza tem a ver, antes de mais nada, com aprender a enxergar o outro e a si mesmo, reconhecendo suas qualidades e suas limitações e encontrando maneiras de dar o melhor de si sem precisar chegar à "gota d'água" para só então se colocar e reivindicar seu espaço.
Gentileza tem a ver com criatividade e produtividade. Tem a ver com flexibilidade, inteligência, disposição e amor. Sim, amor! Amor fraternal, daqueles que servem como vitamina para nos capacitar a superar desafios da convivência.

Há quem diga que age pela emoção quem é ignorante e age pela razão quem é inteligente. Mas são muitos os que, à beira da morte, adorariam poder voltar atrás para viverem suas vidas como ignorantes, mas plenos de felicidade e paz de espírito.
Por fim, ser tratado com gentileza é o desejo de todo ser humano. E para ser um pouco mais gentil e melhorar tudo a sua volta (tudo mesmo!), basta manter-se um pouco mais atento e determinado e começar a substituir velhos e ineficientes hábitos por novos e surpreendentes comportamentos:

- Olhe nos olhos e realmente ouça o que o outro tem a lhe dizer.
- Quando não conseguir dizer nada de bom a alguém, simplesmente mantenha-se calado.
- Quando se sentir irritado, foque sua atenção em si mesmo e pergunte-se: o que realmente importa? O que eu realmente quero dessa situação?
- Procure agir a partir dos seus sentimentos mais verdadeiros e não de emoções enganosas, do ego, tais como raiva, ciúme, inveja, desejo de que o outro pague pelo erro que cometeu.

- Tenha um pouco mais de fé na vida. Isto é, confie que cada um tem o que merece e no momento que merece.
- Por mais que deseje, você não pode controlar o mundo e as pessoas.
- Dê o seu melhor para conseguir o que quer, mas diante da frustração, aceite o que vier e agradeça. Pode acreditar: tudo é exatamente como tem de ser e se você já fez o seu melhor, fique tranqüilo, porque definitivamente, isso é tudo o que pode fazer. O resto é com o Criador!

Rosana Braga

A você dedico



31/10/2012
 


Verso por verso, palavra por palavra carregam a essência do meu amor. Minuto a minuto, dia a dia se torna ainda mais indescritível o estar em você, o estar com você. Quando eu olho para você a única coisa que meus olhos podem traduzir é que você é a mulher da minha vida.

Quero dedicar a você meus melhores pensamentos, os meus melhores sorrisos, os meus mais apaixonados versos. A você dedico meus olhares ternos, meu balbuciar meio trêmulo e envergonhado, meu amar demasiado. A você dedico o meu vigor em fazer valer cada segundo ao seu lado, o meu trabalhar para fazer você ser feliz ao meu lado, e o meu prazer constante em tirar o sorriso dos teus lábios.

A você dedico a saudade dos momentos que estamos distantes, a alegria que meu coração sente quando nossos olhos se encontram e de quando nossos abraços se encaixam. Dedico a você a paz que tu me trazes, a grandeza da simplicidade dos nossos momentos e a felicidade que eles proporcionam. A você dedico a minha fé de que tudo isso irá permanecer mesmo quando o tempo se for em meio aos dias, meses e anos de nossas vidas.


A você dedico... dedico a mim!


segunda-feira, 29 de outubro de 2012

O paradoxo de nosso tempo - George Carlin





O paradoxo do nosso período na história é que temos
prédios maiores,
Mas temperamentos mais curtos;

Estradas mais largas,
Mas pensamentos mais estreitos;

Gastamos mais
E temos menos;

Compramos mais
E aproveitamos menos.

Nossas casas são maiores e nossas famílias menores,

Temos mais conveniências, porém menos tempo;

Temos mais estudo e menos bom senso;

Mais conhecimentos e menos capacidade de julgamento;

Mais especialistas e mais problemas,

Mais remédios e menos saúde.

Bebemos demais, fumamos demais, gastamos demais,

Rimos de menos, dirigimos com demasiada velocidade,

Perdemos com facilidade a paciência, dormimos muito tarde,

Levantamos com o corpo quebrado, lemos pouco,
assistimos TV em demasia e rezamos raramente.

Multiplicamos as nossas posses, mas reduzimos o seu valor.

Falamos demais, amamos de menos e odiamos muito.

Aprendemos como ganhar a vida, mas não como viver.

Adicionamos anos às nossas vidas e não vida aos
nossos anos.

Fomos à Lua e voltamos, mas temos dificuldade em
atravessar a rua,para falar com o nosso novo vizinho.

Conquistamos o espaço exterior, mas não o interior.

Fizemos coisas maiores, mas nem sempre melhores.

Às vezes limpamos o ar, mas poluímos as almas.

Conquistamos o átomo, mas não os nossos preconceitos.

Escrevemos mais e aprendemos menos;

Planejamos mais e conseguimos menos;

Aprendemos a correr, mas não a esperar;

Construímos cada vez mais computadores, para armazenar
mais informações e produzir mais cópias,
Mas nos comunicamos cada vez menos.

Estes são os tempos do "fast food" e da digestão lenta;
De homens grandes, com personalidades mesquinhas;
De lucros enormes e relacionamentos pequenos.

Estes são os dias de dois empregos e mais divórcios;
Casas mais bonitas e lares desfeitos.

Estes são os dias de viagens rápidas, fraldas descartáveis,
moralidade abandonada, encontros por uma noite,

obesidade disseminada e pílulas para tudo, da alegria
à calma e até à morte.

É um tempo onde há muito nas vitrines e pouco no depósito.

Um tempo onde a tecnologia permite que você leia isto e
escolha o que fazer:
Dividir este sentimento ou apenas clicar em DELETE.

Lembre-se, diga uma palavra boa para aquele que lhe olha com medo,
Porque aquele pequenino crescerá em breve e o abandonará.

Lembre-se, abrace com carinho quem estiver ao seu lado,
Porque este é o único tesouro que você pode oferecer, sem lhe custar nada.

Lembre-se de dar as mãos e aproveitar o instante,
Eis que, algum dia, aquela pessoa não estará ao seu lado.

Dê um tempo ao Amor, dê um tempo às palavras, dê um tempo e divida os
preciosos pensamentos da sua mente.

Getsêmani


Segundo o Evangelho de São Lucas,
a angústia de Jesus perante a morte, no Getsêmani,
foi tão profunda que “seu suor transformou-se
em grandes gotas de sangue, que corriam até ao chão”.

Hemaditrose – Transpirar sangue
Fenômeno raro que pode ocorrer em indivíduos
sob forte stress mental, medo ou pânico.

Um aperto no coração, uma dor na alma,
uma profunda tristeza, a sensação de morte,
de algo insuportável,
são estes alguns sentimentos
que expressam a angústia.


Diante de uma alta carga
de pressão emocional
a angústia se revela,
se manifesta, oprime

Jesus em Getsêmani
experimentou em sua alma
um grande aperto.

Podemos extrair algumas lições
deste momento de intensa dor de Jesus
para vencermos nossa angústia.

Em primeiro lugar,
diante da iminente ou presente angústia,
não se isole,
procure a presença de amigos e irmãos amados.

Diz o texto: “foi Jesus com eles”.
A solidão é amiga da angústia.

Em segundo lugar,
verbalize os seus sentimentos.

Continua o texto:
“E disse a seus discípulos”.

Diga para os seus amigos
o que você está sentindo.
O silêncio é fomentador da angústia

Em terceiro lugar,
ore ao Pai.
“Meu Pai, se for possível,
afaste de mim este cálice”.

Diante de Deus exponha seus desejos,
mas, acima de tudo,
declare os seus anseios mais íntimos
de fazer a sua vontade:
“Todavia, não seja como eu quero,
e sim como tu queres”.

Em quarto lugar,
persista na oração, não desista:

“Deixando-os novamente,
foi orar pela terceira vez,
repetindo as mesmas palavras”.

Por fim,
encare e enfrente as circunstâncias:
“Levantai-vos! Vamos!”

Não se vence a angústia
fugindo da realidade,
das adversidades, dos problemas,
das lutas e sofrimentos.

A palavra Getsemani se converteu
no símbolo de toda dor moral.

Jesus ainda não sofreu em sua carne,
não ainda em sua carne!

Sua dor é toda de seu íntimo,
quando é seu coração
o que está sendo sufocado...

O mundo é muito sensível
às dores corporais.
Comove-se facilmente com elas!

Este mesmo mundo
é por demais insensível às dores morais,
das quais às vezes até se confunde
tomando-as por hipersensibilidade,
auto-sugestão, caprichos.

Em sua angústia e profunda tristeza
Jesus foi consolado pelo Anjo no Getsêmani!

Levante-se
e creia que o Senhor estará contigo,
sabendo que no momento oportuno
Ele mudará o quadro
e você triunfará sobre todas as coisas
para a Sua glória!

Amanhã sorrirei outra vez


Amanhã sorrirei outra vez
(desconheço a autoria)
" Certa vez contei uma mentira a um homem. 
Ele respondeu me dizendo isto:
- "Todas as decisões que devo tomar serão
baseadas nas suas palavras".
Desde então, eu só disse a verdade.

Certa vez um homem contou-me um segredo,
o qual eu sussurrei baixinho no ouvido de um outro amigo.
O homem disse-me isto, depois de ouvir seu segredo repetido:
- "A razão pela qual contei-lhe o segredo foi porque
confiei em você, não em seu amigo".
Desde então, não confio assim tão facilmente.

Certa vez dei um presente a uma amiga e ela chorou...
Me desculpei por ser um presente tão pequeno mas era o que eu tinha encontrado.
E ela me respondeu:
- "Não há nada de errado com o presente, estou emocionada porque você lembrou-se de mim".
Desde então, eu dou presentes freqüentemente.

...Você é um agente muito importante na existência, não vivemos aqui sozinhos.


Cada movimento que faz, cria uma onda no oceano do outro.



Cada vez que você respira afeta todo o ar a volta de quem você está.

Cada palavra que você expressa bate no ouvido de alguém.

Aquilo que você toca é sentido por outra pessoa.

Aquilo que você faz, certamente afetará alguém.

O que não faz ou deixa de fazer, também afetará pessoas.

Nós nunca sabemos a distância realmente alcançada por algo
que falamos ou fazemos até que nos retorne...

Todas as coisas na vida formam um círculo
e estamos no meio dele, quer o vejamos ou não...

E tudo que devemos fazer é criar agradáveis ondas,
aquelas que envolvem calorosamente tudo em torno de você, e que voltam suaves,
fazendo por sua vez que você crie, cada vez mais, ondas agradáveis.

Aquilo que o homem semear,
com certeza também colherá."

Poema de Natal



 Vinicius de Moraes
Para isso fomos feitos:
Para lembrar e ser lembrados,
Para chorar e fazer chorar,
Para enterrar os nossos mortos -
Por isso temos braços longos para os adeuses,
Mãos para colher o que foi dado,
Dedos para cavar a terra.

Assim será a nossa vida;
Uma tarde sempre a esquecer,
Uma estrela a se apagar na treva,
Um caminho entre dois túmulos -
Por isso precisamos velar,
Falar baixo, pisar leve, ver
A noite dormir em silêncio.

Não há muito que dizer:
Uma canção sobre um berço,
Um verso, talvez, de amor,
Uma prece por quem se vai -
Mas que essa hora não esqueça
E que por ela os nossos corações
Se deixem, graves e simples.

Sonhe

Sonhe com estrelas, apenas sonhe,
elas só podem brilhar no céu.
Não tente deter o vento,
ele precisa correr por toda parte,
ele tem pressa de chegar, sabe-se lá aonde.
As lágrimas?
Não as seque, elas precisam correr na minha,
na sua, em todas as faces.
O sorriso!
Esse, você deve segurar,
não o deixe ir embora, agarre-o!
Persiga um sonho,
mas, não o deixe viver sozinho.
Alimente a sua alma com amor,
cure as suas feridas com carinho.
Descubra-se todos os dias,
deixe-se levar pelas vontades,
mas, não enlouqueça por elas.
Abasteça seu coração de fé,
não a perca nunca.
Alague seu coração de esperanças,
mas, não deixe que ele se afogue nelas.
Se achar que precisa voltar, volte!
Se perceber que precisa seguir, siga!
Se estiver tudo errado, comece novamente.
Se estiver tudo certo, continue.
Se sentir saudades, mate-as.
Se perder um amor, não se perca!
Se o achar, segure-o!
Circunda-se de rosas e ame.
O mais é nada.

Alexandra Sokolowski

Lembra quando conversavamos

Lembra quando conversávamos?

Edna Feitosa
 

 
Quando eu penso em quando conversávamos,
quero dizer,
conversávamos compridamente,
sobre coisas sonhadas e sonháveis e eu me acostumei com o som de sua voz,
com o teu jeito amoroso de me falar de amor sem que eu pedisse e me sorrir numa cumplicidade
quase sem palavras.
 
 
 
 
Eu me acostumei com tudo, que mais tarde me faria tanta falta.
Enquanto conversávamos, eu pensava que era bom que tudo acontecesse, que o futuro estivesse tecendo seus dias entre chuvas,
sóis e luas cheias.
 
 
 
 
Eu tenho saudade daquele tempo;
eu sabia das tuas músicas favoritas,
das tuas inclinações e ambições.
Sabia dos planos, das conquistas, do cansaço, do filme que marcou, das alegrias e revoltas.
E a minha vida nem era essa coisa absurda que ficou.
 
 
 
 
Nela, os espaços eram preenchidos pelas tuas palavras, tua ternura curta, dolorida e branca.
Depois veio o silêncio cruel.
Um silêncio que me devolveu a um mundo que eu havia esquecido que pertencia, trazendo de volta o não sentido das coisas.
 
 
 
 
Mas eu esperei...
Às vezes num contido silêncio;
noutras vezes, não agüentando, te procurava como que querendo manter a todo custo uma história que não existia mais...
( e eu nem me lembro direito mais
como era antes...)
 
 
 
 
Queria continuar aquela conversa que pensei, nunca terminaria;
queria continuar a trocar impressões de vida!
Depois veio algo bem maior que o silêncio, doendo muito mais que todas as palavras frias:
o vazio!
 
 
 
 
Hoje, todas as ruas e cidades nos separam.
Os homens continuam matando e sendo mortos nas guerras.
As crianças continuam nascendo,
gente continua chegando ou partindo cheias de saudade.
 
 
 
 
Tudo igual pelo mundo, tudo absolutamente igual.
Só tua voz é que saiu de viagem e,
sem explicação nenhuma,
não voltou nunca mais! 

Migração da alma

Migração da alma
Andre Luis  Aquino


Sabemos pouco, muito pouco sobre os mistérios da vida. Mas esse pouco já me permite escrever algo sobre ela neste instante.
Percebo que vejo a vida através de espelhos e não “face a face”. Espelhos porque quase tudo onde vivemos é fabricado, é uma invenção. De original mesmo talvez apenas os erros que cometemos.O resto é tudo reflexo, cópias que entram pelos nossos olhos.
É certo que às vezes tenho vislumbres do que a vida realmente é. E isso é que toca a minha sensibilidade profundamente.São pequenas alegrias que chegam bem antes de qualquer grande felicidade.Hoje essa pequena alegria foi caminhar pela praia tocando os pés no mar.Foram horas e horas de caminhada e quantos pensamentos bons me invadiram!
Recebo um chamado e vou. Não me importando com o caminho, apenas vou. E nunca chego a lugar nenhum porque na verdade o caminho já era o meu próprio destino. Chamo isso de migração da alma.
Percebo que o pouco, muito pouco que sei sobre os mistérios da vida é graças a essa minha inquietude.Hoje falei tão pouco, mas tudo que disse está na pronúncia do meu olhar.

Sob a sombra do carvalho


Desconheço a autoria


"Não há como substituir um velho companheiro.
Nada vale o tesouro de tantas recordações comuns, de tantos momentos difíceis vividos juntos, tantas desavenças e reconciliações; tantas emoções
compartilhadas.
Não se reconstroem essas amizades.
É inútil plantar um carvalho na esperança de poder, em breve, se abrigar sob a sua sombra."
O belo pensamento é de Saint-Exupéry, em seu texto "Terra dos homens", e nos remete a uma temática deveras importante: a construção de nossas relações
com os outros.
Convidamos você, neste momento, a lembrar de um grande companheiro de sua vida: um velho companheiro, um amigo, um pai, uma mãe, um irmão, irmã, etc.
Passe uma revista rápida pelos anos de convívio e tente perceber como esta relação se formou e se consolidou ao longo do tempo.
Lembre-se das tantas emoções compartilhadas, dos momentos felizes e dos momentos tristes.
Certamente a cumplicidade, a amizade, o devotamento, não surgiram prontos, acabados.
Certamente a confiança e o profundo apreço não nasceram repentinamente.
Muito trabalho foi empregado aí, entre esses dois mundos de tantas afinidades, mas também de tantas diferenças.
O carvalho plantado precisou de rega constante, esperançosa. Precisou de tempo, de sol e de chuva.
Ambos hoje se abrigam sob sua sombra, depois de anos e mais anos de investimento mútuo.
Assim, parece simples de se entender a afirmação de Exupéry, de que é inútil plantar um carvalho na esperança de, logo em seguida, imediatamente após o
plantio, já poder desfrutar de sua sombra.
A árvore leva tempo para se tornar frondosa. Porém, o tempo apenas não é suficiente.
Que adiantam cem anos de solo infértil, de estiagem, de falta de sol?
Não, um carvalho não cresce sem o cuidado da natureza, assim como uma relação de companheirismo não sobrevive se não for cuidada de perto, todos
os dias.
Por isso, se desejamos poder deitar e curtir a sombra de um belo carvalho, lembremos de tratá-lo todos os dias com toda nossa dedicação.
O velho e bom companheiro de amanhã poderá ser o irmão das lutas de hoje, aquele com quem temos dificuldades, mas que temos tolerado, compreendido.
O carvalho moço ainda tem pouca e vacilante sombra. Ora está aqui, ora está acolá, sacudido pelos ventos das tempestades.
O carvalho moço ainda não se vê árvore, não se crê capaz de quebrar a luz do sol gritante.
Mas se bem cuidado vai se fortalecendo, agigantando a copa, e se tornando frondosa árvore.
O velho e bom companheiro de amanhã é o amigo que nos estende a mão hoje, e não permanece muito tempo na espera de outra que o ampare.


"Velho companheiro, de mil aventuras;
Quantas experiências, vivemos os dois.
... Coisas que me ensinaste, para nada serviam...
Mas bem me dizias: servirão depois.
Sempre me aconselhaste: na justa medida,
Vai gozando a vida... Sem nunca esqueceres,
De praticar o bem.
Porque a gente só goza, na justa medida,
Se ajudarmos outros, a gozar também."

Um dia perceberemos

  
Mario Quintana




Um dia percebemos que beijar uma pessoa para esquecer outra, é bobagem!
Você não só esquece a outra pessoa como pensa muito mais nela...
Um dia descobrimos que se apaixonar é inevitável...
Um dia percebemos que as melhores provas de amor são as mais simples...
Um dia percebemos que o comum não nos atrai...
Um dia perceberemos
Um dia saberemos que ser classificados como “o bonzinho”, não é bom...
Um dia perceberemos que a pessoa que nunca te liga, é a que mais pensa em você...
Um dia saberemos a importância da frase:
“Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas.”
Um dia perceberemos que somos muito importante para alguém, mas não damos valor a isso...
Um dia perceberemos como aquele amigo faz falta, mas aí já é tarde demais...
Enfim... Um dia descobriremos que apesar de viver quase 100 anos, esse tempo todo não é suficiente para realizarmos todos os nossos sonhos, para dizer tudo que tem de ser dito...
O jeito é: ou nos conformamos com a falta de algumas coisas na nossa vida ou lutamos para realizar todas as nossas loucuras...


”Quem não compreende um olhar tampouco compreenderá uma longa explicação

Portal de luz

Sozinhos, somos estrelas que cintilam ...
Juntos, compomos o Corpo de Luz deste Planeta.
Trazemos na memória o amor e as conquistas de nossas caminhadas...
Por que temer?
É chegada a hora de ouvir as nossas vibrações pessoais...
Cada um... ouça o seu som!!!
Sinta a sua Luz!
Perceba a Verdade que habita seu coração.
Sinta o seu propósito ao longo das eras...
Aquiete-se!
"Ouça" as estrelas...
O universo está aí...
bem dentro de você!!!
Cada astro, cada estrela, cada lua, cada sol... tem o seu lugar.
Há mais vida, há mais organização do que suspeitamos...
É hora de mostrar ao mundo a sua Luz. De fazer vibrar o seu som...
É hora de contribuir para o Plano Maior!
Por um mundo melhor...
Rituais de passagens são movimentos de renovação e de silenciosas transformações...
Deixe-se levar por seu coração.
Ele sabe o caminho...
Deixe a Luz penetrar...
Inspire a força que vem do Cosmos, erga a cabeça e caminhe, guiado pela Verdade. E seja pleno, feliz, pois você ...
"É filho amado de Deus"!!!

Desconheço a autoria

Pipocas da vida




    Milho de pipoca que não passa pelo fogo continua a ser milho para sempre.  Assim acontece com a gente. As grandes transformações acontecem quando passamos pelo fogo.  Quem não passa pelo fogo, fica do mesmo jeito a vida inteira.
   
São pessoas de uma mesmice  e uma dureza assombrosa.  Só que elas não percebem e acham  que seu jeito de ser é o melhor jeito de ser. Mas, de repente, vem o fogo.   O fogo é quando a vida nos lança numa situação que nunca imaginamos: a dor.
   
Pode ser fogo de fora: perder um amor, perder um filho, o pai, a mãe,  perder  o emprego ou ficar pobre.  Pode ser fogo de dentro: pânico, medo, ansiedade, depressão ou sofrimento cujas causas ignoramos.
   
Há sempre o recurso do remédio: apagar o fogo! Sem fogo o sofrimento diminui.  Com isso, a possibilidade da grande transformação também.
   
Imagino que a pobre pipoca, fechada dentro da panela, lá dentro cada vez mais quente, pensa que sua hora chegou: vai morrer.
  
 Dentro de sua casca dura, fechada em si mesma, ela não pode imaginar um destino diferente para si.  Não pode imaginar a transformação  que está sendo preparada para ela.
   
A pipoca não imagina aquilo de que ela é capaz. Aí, sem aviso prévio, pelo poder do fogo a grande transformação acontece: BUM!
   
E ela aparece como uma outra coisa completamente diferente, algo que ela mesma nunca havia sonhado. Bom, mas ainda temos o piruá, que é o milho de pipoca que se recusa a estourar.
   
São como aquelas pessoas que, por mais que o fogo esquente, se recusam a mudar. Elas acham que não pode existir  coisa mais maravilhosa do que o jeito delas serem.
   
A presunção e o medo são a dura casca do milho  que não estoura.  No entanto, o destino delas é triste, já que ficarão duras a vida inteira.
   
Não vão se transformar na flor branca,  macia e nutritiva.  Não vão dar alegria para ninguém.

                                                                  Rubem Alves

Não sou o que pareço

Não sou o que pareço


Meu Amigo, não sou o que pareço. O que pareço é apenas uma vestimenta cuidadosamente tecida, que me protege de tuas perguntas e te protege da minha negligência.
Meu Amigo, o Eu em mim mora na casa do silêncio, e lá dentro permanecerá para sempre, despercebido, inalcansável.
Não queria que acreditasses no que digo nem confiasses no que faço – pois minhas palavras são teus próprios pensamentos em articulação e meus feitos, tuas próprias esperanças em ação.
Quando dizes: “O vento sopra do leste”, eu digo: “Sim, sopra mesmo do leste”, pois não queria que soubesses que minha mente não mora no vento, mas no mar.
Não podes compreender meus pensamentos, filhos do mar, nem eu gostaria que compreendesses. Gostaria de estar sozinho no mar.
Quando é dia contigo, meu Amigo, é noite comigo. Contudo, mesmo assim falo do meio-dia que dança sobre os montes e da sombra de púrpura que se insinua através do vale: porque não podes ouvir as canções de minhas trevas nem ver minhas asas batendo contra as estrelas – e eu prefiro que não ouças nem vejas. Gostaria de ficar a sós com a noite.
Quando ascendes a teu Céu, eu desço ao meu Inferno – mesmo então chamas-me através do abismo intransponível, “Meu Amigo, Meu Companheiro, Meu Camarada”, e eu te respondo: “Meu Amigo, Meu Companheiro, Meu Camarada” – porque não gostaria que visses meu Inferno. A chama queimaria teus olhos, e a fumaça encheria tuas narinas. E amo demais meu Inferno para querer que o visites. Prefiro ficar sozinho no Inferno.
Amas a Verdade, e a Beleza, e a Retidão. E eu, por tua causa, digo que é bom e decente amar essas coisas. Mas, no meu coração rio-me de teu amor. Mas não gostaria que visses meu riso. Gostaria de rir sozinho.
Meu Amigo, tu és bom e cauteloso e sábio. Tu és perfeito – e eu também, falo contigo sábia e cautelosamente. E, entretanto, sou louco. Porém mascaro minha loucura. Prefiro ser louco sozinho:
Meu Amigo, tu não és meu Amigo, mas como te farei compreender? Meu caminho não é o teu caminho. Contudo juntos marchamos, de mãos dadas.

(Excertos de “O Louco”)
Gibran Khalil Gibran

Pingo da chuva

Maria Hilda de J. Alão.

Bem além da estratosfera, onde Deus guarda o relâmpago, o trovão, o vento e a água que evapora com o calor do sol, um santo estava concentrado fabricando chuva, porque recebeu pedidos das crianças da Terra, preocupadas com a seca destruindo tudo. Ele fazia pingo por pingo para formar a chuva e ia armazenando todos numa imensa caixa d’água. Depois de tudo pronto é só abrir as torneiras para cair a água abençoada.
O santo terminou o trabalho e, muito feliz, disse:
- Meus pinguinhos, está na hora de atender a todos os pedidos recebidos. Quero que cada um de vocês faça o seu trabalho corretamente. Não quero enchente, tudo deve ser calmo para não prejudicar as pessoas. Entenderam?
- Sim, meu santo. – responderam todos juntos.
O santo caminhou em torno da caixa d’água olhando atentamente para ver se não faltava nada, se todos os pingos de chuva estavam organizados para caírem um após o outro, quando ouviu um psiu. Virou-se e viu que quem chamava era um dos pingos do lado esquerdo da caixa d’água. Muito atencioso, o santo perguntou:
- Deseja alguma coisa?
- Sim, meu santo! Eu não quero ir. – disse o pingo timidamente.
- Por quê? – perguntou o santo.
- Veja a altura. Quando eu cair daqui, vou me esborrachar na terra. Eu gostaria de ser vapor, virar nuvem e ficar vagando pela atmosfera.
- Mas para que a chuva seja completa não pode faltar um pingo, compreende?
Pacientemente, o santo falou da importância da chuva, mas o pingo de chuva continuava irredutível. O santo, para não atrasar mais a entrega da chuva, pediu permissão ao Pai para mostrar ao pingo a situação da Terra. Dada a permissão, o santo abriu o portal do céu deixando ver todo o universo. Com um poderoso telescópio focalizou a Terra. Chamou o pingo de chuva e ordenou:
- Olhe para o planeta e veja como tudo está seco.
- É mesmo, meu santo. Veja aquele enorme país do continente americano. As regiões norte e nordeste tão ressequidas, o chão todo rachado, rios e lagos secos, os bichos com tanta sede e fome. Ah, meu santo, eu não agüento.
- Então, meu querido pingo de chuva, vai se unir aos seus companheiros?
- Sim, meu santo, mesmo que eu me caia dessa altura, eu me uno aos meus amigos. Pode dar a ordem.
E o santo ordenou:
- Ventos, avancem!
E começou a ventania na Terra. Vieram os raios e os trovões abrindo o caminho para a entrada triunfante da chuva. Ela caiu forte no chão seco. Era como se cada pingo dissesse um ao outro:
- Sai da frente que eu quero chegar primeiro.
As plantas pareciam bocas sequiosas do precioso líquido. Os lagos eram como taças se enchendo de vinho puro até a borda. Os rios pareciam veias recebendo injeção de sangue novo. O chão se vestiu de verde. A atmosfera ficou transparente, limpa da poluição. E a terra exalou seu perfume para agradecer ao céu o milagre do renascimento que vem junto com os pingos de chuva.


(texto infantil)
fonte:http://usinadeletras.com.br/

Máscaras

  MÁSCARAS

                           

            



 O  estágio evolutivo em  que se encontra a  humanidade, o da civilização,  mostra que, no processo,  o regime da força,  dos instintos animalescos,  foi substituído pelo  da astúcia. Procura-se  a vitória utilizando-se  máscaras, que escondem  a verdadeira personalidade  do seu usuário. Assim  se porta a maioria  da nossa sociedade e  o exemplo mais enfático  é o da nossa classe  política. Com honrosas  exceções, o que se  esconde por trás da  beleza das máscaras  com que se apresentam  os nossos políticos? 

A  arte de se mascarar,  historicamente marcante no  carnaval de Veneza,  pode ser tomado como  emblema para a astúcia  do atual estágio evoluti-vo  do  homem civilizado.  A máscara tem sido  a sua principal arma  para conquista de seus  objetivos, nem sempre  confessáveis. Na sociedade  tem sido apenas uma  arma  para esconder  fragilidades de personalida-des.  A evolução, através  da espiritualização, vai  nos  mostrar por  inteiro, como de fato  somos.                                                              
J. Meirelles
 


Admiremos  a beleza das mascaras  e das vestes dos  mascarados de Veneza,  uma verdadeira arte,  e meditemos sobre o  texto  que, no  campo romântico, mostra-nos  como é difícil deixar  de usar a máscara.


Eterno é tudo aquilo que dura uma fração de segundo, mas com tamanha intensidade, que se petrifica, e nenhuma força jamais o resgata!

Fácil é ouvir a música que toca.
Difícil é ouvir a sua consciência. Acenando o tempo todo, mostrando nossas escolhas erradas.


Fácil é ditar regras. 
Difícil é seguí-las. Ter a noção exata de nossas próprias vidas, ao invés
de ter noção das vidas dos outros.


Fácil é perguntar o que deseja saber.. 
Difícil é estar preparado para escutar esta resposta. Ou querer entender a resposta.


Fácil é chorar ou sorrir quando der vontade. 
Difícil é sorrir com vontade de chorar ou chorar de rir, de alegria.


Fácil é dar um beijo. 
Difícil é entregar a alma. Sinceramente, por inteiro.


Fácil é sair com várias pessoas ao longo da vida. 
Difícil é entender que pouquíssimas delas vão te aceitar como você é e te fazer feliz por inteiro.


Fácil é ocupar um lugar na caderneta telefônica. 
Difícil é ocupar o coração de alguém. Saber que se é realmente amado.


Fácil é ver o que queremos enxergar. 
Difícil é saber que nos iludimos com o que achávamos ter visto. 
Admitir que nos deixamos levar, mais uma vez, isso é difícil.


Fácil é sonhar todas as noites. 
Difícil é lutar por um sonho.


Fácil é mentir aos quatro ventos o que tentamos camuflar. 
Difícil é mentir para o nosso coração.


Fácil é dizer "oi" ou “como vai”? 
Difícil é dizer "adeus". Principalmente quando somos culpados pela partida de alguém de nossas vidas...


Fácil é abraçar, apertar as mãos, beijar de olhos fechados. 
Difícil é sentir a energia que é transmitida. Aquela que toma conta do corpo como uma corrente elétrica quando tocamos a pessoa certa.


Fácil é querer ser amado. 
Difícil é amar completamente só. Amar de verdade, sem ter medo de viver, sem ter medo do depois. Amar e se entregar. E aprender a dar valor somente a quem te ama.



Fácil é ser colega, fazer companhia a alguém, dizer o que ele deseja ouvir. Difícil é ser amigo para todas as horas e dizer sempre a verdade quando for preciso. E com confiança no que diz.


Falar  é completamente fácil, quando se tem palavras em mente que expressem sua opinião. Difícil é expressar por gestos e atitudes o que realmente queremos dizer, o quanto queremos dizer, antes que a pessoa se vá.


Fácil é analisar a situação alheia e poder aconselhar sobre esta situação. 
Difícil é vivenciar esta situação e saber o que fazer. Ou ter coragem pra fazer.


Fácil é demonstrar raiva e impaciência quando algo o deixa irritado. 
Difícil é expressar o seu amor a alguém que realmente te conhece, te respeita e te entende. E é assim que perdemos pessoas especiais.

Autor desconhecido

Fernão Capelo Gaivota

FERNÃO CAPELO GAIVOTA
 (RICHARD BACH)



Na superfície do azul brilhante do céu, tentando a custo manter as asas numa dolorosa curva, Fernão Capelo Gaivota levanta o bico a trinta metros de altura. E voa. Voar é muito importante, tão ou mais importante que viver, que comer, pelo menos para Fernão, uma gaivota que pensa e sente o sabor do infinito. E verdade, que é caro pensar diferentemente do resto do bando, passar dias inteiros só voando, só aprendendo a voar, longe do comum dos mortais, estes que se contentam com o que são, na pobreza das limitações. Para Fernão é diferente, evoluir é necessário, a vida é o desconhecido e o desconhecível. Afinal uma gaivota que se preza tem de viver o brilho das estrelas, analisar de perto o paraíso, respirar ares mais leves e mais afáveis. Viver é conquistar, não limitar o ilimitável. Sempre haverá o que aprender. Sempre. 
 Olhar de frente, alcançar a perfeição, gostar muito, muitíssimo, do que se faz, eis o segredo de Fernão Capelo Gaivota. Só porque existem gaivotas que não pensam com os mesmos pensamentos, que não raciocinam com o mesmo raciocínio, não é problema para Fernão. Mesmo sendo apenas um entre um milhão, mesmo tendo de percorrer um caminho quase infinito, Fernão sabe, é intuito, de que na vida há algo mais do que comer, ter posição importante, ser amado ou criticado: viver é lutar. Uma, cem, mil vidas, dez mil! Até chegar à perfeição, à vitória da eterna aprendizagem, porque nenhum número é limite. A ninguém é permitido deixar de aprender, e para nada além de "vontade" e de "amor" haverá significação sincera. 
 
 Passa o tempo, passam os lugares, passam ou não passam os semelhantes, Fernão Capelo vai em frente, voa, aprende, treina, paira sobre o comum do comum viver. O destino é o infinito, o caminho é nas alturas! Tudo espontâneo, natural, pois quem se ilumina cumpre a missão da luz, que vale para si e para todas as criaturas. A grande maravilha do amor é o seu profundo contágio. O que vale para Fernão valerá para todas as gaivotas. C) sentimento é o santuário, e a sua paz reflete e flui incessante. A fé testemunhada no esforço evolutivo é a bênção de dádivas de amor. Ela aclara e edifica e melhorando-se, melhora os que Ihe percebem a trajetória. 
 
 Interessante, mesmo para uma gaivota voadora! Quanto mais Fernão treinava os seus exercícios de bondade, quanto mais trabalhava para compreender a natureza do amor, mais desejava regressar à terra, estar entre os seus, ser rodeado pelos do seu bando, por aqueles que não vêem nem a ponta das próprias asas! O que vale mostrar-lhes o paraíso! Um depois do outro, muitos, todos, um dia chegarão a voar. Todos voarão porque voar é muito bom. Francisco Coutinho Gaivota, Martinho Gaivota, velhos hoje, novos amanhã, não importa, o que vale é caminhar para o infinito, iluminar-se com a luz que ilumina a própria luz! 
 
 Excelente experiência a leitura do livro "Fernão Capelo Gaivota", leitura de letras e leitura de imagens, pois volume mais ilustrado não há. Enquanto eu lia e voava com Fernão, enquanto eu sentia o friozinho das alturas e a transparência de infinitude dos espaços, lembro-me porque os chineses colocam os homens tão pequenos em suas pinturas, principalmente nos panoramas. s que é preciso limitar o seu valor diante da natureza, fazê-lo ver a sua pequenez no pano de fundo da vida. Subir uma montanha, ou voar, limpa o humano peito de uma multidão de ambições tolas e desnecessárias. Sentindo-se pequeno, tornar-se-á- grande, na grandeza da humildade. . . 
 
 Wanderlino Arruda

Jeito de ser

JEITO DE SER
Marta Medeiros
 
Existe uma coisa difícil de ser ensinada e que, talvez por isso, esteja
cada vez mais rara: a elegância do comportamento.
É um dom que vai muito além do uso correto dos talheres e que 
abrange bem mais do que dizer um simples obrigado diante de uma gentileza.
É a elegância que nos acompanha da primeira hora da manhã até a
hora de dormir e que se manifesta nas situações mais prosaicas, quando
não há festa alguma nem fotógrafos por perto.
É uma elegância desobrigada.
É possível detectá-la nas pessoas que elogiam mais do que criticam.
Nas pessoas que escutam mais do que falam. E quando falam, passam
longe da fofoca, das pequenas maldades ampliadas no boca a boca.
É possível detectá-la nas pessoas que não usam um tom superior de voz
ao se dirigir a frentistas.
Nas pessoas que evitam assuntos constrangedores porque não sentem
prazer em humilhar os outros.
É possível detectá-la em pessoas pontuais.
Elegante é quem demonstra interesse por assuntos que desconhece,
é quem presenteia fora das datas festivas, é quem cumpre o que promete
e, ao receber uma ligação, não recomenda à secretária que pergunte
antes quem está falando e só depois manda dizer se está ou não está.
Oferecer flores é sempre elegante.
É elegante não ficar espaçoso demais.
É elegante não mudar seu estilo apenas para se adaptar ao de outro.
É muito elegante não falar de dinheiro em bate-papos informais.
É elegante retribuir carinho e solidariedade.
Sobrenome, jóias e nariz empinado não substituem a elegância do gesto.
Não há livro que ensine alguém a ter uma visão generosa do mundo, 
a estar nele de uma forma não arrogante.
Pode-se tentar capturar esta delicadeza natural através da observação,
mas tentar imitá-la é improdutivo.
A saída é desenvolver em si mesmo a arte de conviver, que independe
de status social: é só pedir licencinha para o nosso lado brucutu, que
acha que com amigo não tem que ter estas frescuras.
Se os amigos não merecem uma certa cordialidade, os inimigos é que
não irão desfrutá-la.
Educação enferruja por falta de uso. E, detalhe: não é frescura.

O valioso tempo dos maduros

de Mário de Andrade



"Contei meus anos e descobri que terei menos tempo para viver daqui para a frente do que já vivi até agora.

Tenho muito mais passado do que futuro.

Sinto-me como aquele menino que ganhou uma bacia de jabuticabas.
As primeiras, ele chupou displicente, mas percebendo que faltam poucas, rói o caroço.
Já não tenho tempo para lidar com mediocridades.

 Não quero estar em reuniões onde desfilam egos inflados.

 Inquieto-me com invejosos tentando destruir quem eles admiram, cobiçando seus lugares, talentos e sorte.
Já não tenho tempo para conversas intermináveis, para discutir assuntos inúteis sobre vidas alheias que nem fazem parte da minha.
Já não tenho tempo para administrar melindres de pessoas, que apesar da idade cronológica, são imaturos.

 Detesto fazer acareação de desafetos que brigaram pelo majestoso cargo de secretário geral do coral.

As pessoas não debatem conteúdos, apenas os rótulos.
Meu tempo tornou-se escasso para debater rótulos, quero a essência, minha alma tem pressa...

Sem muitas jabuticabas na bacia, quero viver ao lado de gente humana, muito humana, que sabe rir de seus tropeços, não se encanta com triunfos, não se considera eleita antes da hora, não foge de sua mortalidade...

Só há que caminhar perto de coisas e pessoas de verdade.
O essencial faz a vida valer a pena.
E para mim, basta o essencial."

Me tornei invisível


 Quando me tornei invisível
 
 (Procuramos o Autor)
 


 Já não sei em que data estamos. 

 Nesta Casa não há almanaques e em minha memória tudo está revolto. 
 As coisas antigas foram desaparecendo. 
 E eu também fui apagando sem que ninguém se desse conta.
 
 Quando a família cresceu, me trocaram de quarto. 
 Depois, me passaram a outro menor ainda acompanhada de minhas netas.
 Agora ocupo o esconderijo, no pátio de trás. 
 
 Prometeram-me trocar o vidro quebrado da janela, mas se esqueceram. 
 E nas noites, por Ali se sopra um ventinho gelado que aumenta minhas dores reumáticos.
 
 Um dia à tarde me dei conta que minha voz desapareceu. 
 Quando falo, meus filhos e meus netos não me respondem. 
 Conversam sem olhar para mim, como se eu não estivesse com eles. 
 
 Às vezes, digo algo, acreditando que apreciarão meus conselhos. 
 Mas não me olham, não me respondem.
 Então, me retiro para o meu canto antes de terminar a caneca de café. 
 Se o faço é para que compreendam que estou enojada, 
 Para que venham procurar-me e me peçam perdão… 
 Mas ninguém vem. 
 
 No dia seguinte lhes disse: 
 
 - Quando eu morrer, então sim vão me estranhar. 
 
 E meu neto perguntou:
 
 - Você está viva, vovó? (RISADAS)
 
 Estive três dias chorando em meu quarto, 
 até que numa certa manhã um dos meninos entrou a jogar umas rodas velhas… 
 
 Nem o 'bom-dia' me deu. 
 Foi então quando me convenci de que sou invisível.
 
 Uma vez, OS meninos vieram dizer-me que no dia seguinte iríamos todos ao campo. Fiquei muito feliz. Fazia tanto tempo que não saía! 
 
 Fui a primeira a levantar-me. 
 Quis arrumar as coisas com calma.
 Nós, os velhos, tardamos muito, assim tomei meu tempo para não atrasá-los. 
 Em pouco tempo, todos entravam e saíam da casa correndo, jogando bolsas e brinquedos no carro. 
 
 Eu já estava pronta e muito alegre. Parei na porta e fiquei esperando. 
 
 Quando se foram, compreendi que eu não estava convidada. 
 Talvez porque não cabia no carro.
 Senti como meu coração se encolhia, o queixo me tremia como alguém que tinha vontade de chorar. 
 
 Eu os entendo. 
 São jovens. 
 Riem, sonham, se abraçam, 
 Se beijam. 
 
 E eu... 
 Antes beijava os meninos, me agradava tê-los nos braços, como se fossem meus. 
 E até cantava canções de berço que havia esquecido.
 Mas um dia… 
 
 Minha neta acabara de ter um bebê. 
 Me disse que não era bom que os velhos beijassem OS meninos por questões de saúde. 
 Desde então não me aproximei mais deles. 
 Tenho tanto medo de contagiá-Los!
 
 Eu bendigo a todos e os perdôo, porque... Que culpa têm os pobres de que eu tenha me tornado invisível! 
 
 Triste envelhecer numa família que pensa que eles nunca ficarão...
 
 Cuide bem dos seus idosos, pois eles não são invisíveis e você, um dia, será um deles. 

Apelo

                                                


Quando eu chegar sem nada dizer e permanecer em  
 silêncio, por favor, entenda que só quero estar perto de você.

Se notar que estou a ponto de chorar, não me diga "não chore ".
Deixe que as lágrimas venham e perceba
que eu só não escondo meu pranto de você.

Se eu lhe disser que estou muito triste, por favor, não diga
" não fique  assim ".
Deixe que a tristeza se esgote em mim
e entenda que para você não preciso fingir.

Quando eu chegar com muita raiva de alguém,
não tente me convencer que estou errando.
Por favor, deixe que eu descubra até que ponto estou exagerando
e apoie-me enquanto eu precisar.
A raiva tem seu próprio tempo para diluir-se.

Se eu começar a relatar as minhas mágoas,por favor, ouça-me,
e entenda que eu não as revelo para ninguém, a não ser para você.

Quando eu lhe exponho minhas decepções, frustrações, fracassos e tantos
sentimentos dolorosos, em outras palavras estou lhe dizendo que preciso
do seu colo, apenas do seu colo.
Por favor, recolha-me e silencio, com seu coração unido ao meu.

Quando eu baixar os olhos para o chão, não diga " olhe para cima ".
Eu posso estar procurando dentro de mim as respostas de que necessito
e, nesse momento, sua presença - tão somente a sua presença -
poderá estar ajudando-me a encontrá-las.

Quando eu aparecer com medos, inseguranças, preocupações, ansiedades e
tantas outras emoções desequilibrantes, por favor, não me fale de
terapias, métodos, remédios, fórmulas prontas nem receitas de
vida.

Entenda que quando eu me abro para você - e tão somente para você -
tudo me parece mais simples, mais fácil de lidar, as nuvens se clareiam
e eu
consigo retornar à paz.

O que nos une é forte o suficiente para desafiar todos os limites de
tolerância.
Seja tolerante comigo, pois sempre serei com você.

Quando, finalmente, eu abrir um amoroso e fortalecido sorriso,
abrace-me carinhosamente, diga "estamos juntos " e preencha-se de
renovada
certeza de que quando os papéis se inverterem,
eu serei para você o que agora peço que seja para mim.





-Autoria desconhecida

Viver não doi


Definitivo, como tudo o que é simples.
Nossa dor não advém das coisas vividas,
mas das coisas que foram sonhadas
e não se cumpriram.

Por que sofremos tanto por amor?

O certo seria a gente não sofrer,
apenas agradecer por termos conhecido
uma pessoa tão bacana, que gerou
em nós um sentimento intenso
e que nos fez companhia por um tempo razoável,
um tempo feliz.

Sofremos por quê?

Porque automaticamente esquecemos
o que foi desfrutado e passamos a sofrer
pelas nossas projecções irrealizadas,
por todas as cidades que gostaríamos
de ter conhecido ao lado do nosso amor
e não conhecemos,
por todos os filhos que
gostaríamos de ter tido junto e não tivemos,
por todos os shows e livros e silêncios
que gostaríamos de ter compartilhado,
e não compartilhamos.
Por todos os beijos cancelados,
pela eternidade.

Sofremos não porque
nosso trabalho é desgastante e paga pouco,
mas por todas as horas livres
que deixamos de ter para ir ao cinema,
para conversar com um amigo,
para nadar, para namorar.

Sofremos não porque nossa mãe
é impaciente conosco,
mas por todos os momentos em que
poderíamos estar confidenciando a ela
nossas mais profundas angústias
se ela estivesse interessada
em nos compreender.

Sofremos não porque nosso time perdeu,
mas pela euforia sufocada.

Sofremos não porque envelhecemos,
mas porque o futuro está sendo
confiscado de nós,
impedindo assim que mil aventuras
nos aconteçam,
todas aquelas com as quais sonhamos e
nunca chegamos a experimentar.

Como aliviar a dor do que não foi vivido?

A resposta é simples como um verso:
Se iludindo menos e vivendo mais!!!

A cada dia que vivo,
mais me convenço de que o
desperdício da vida
está no amor que não damos,
nas forças que não usamos,
na prudência egoísta que nada arrisca,
e que, esquivando-se do sofrimento,
perdemos também a felicidade.

A dor é inevitável.

O sofrimento é opcional.

Carlos Drummond de Andrade

Eu não poderia te amar ainda mais

I could not love you more
Barry Gibb

Eu não   poderia te amar ainda mais
Tradução de Marcio Bernardes




Agora que nós estamos sozinhos
Sem mais esconde-esconde
Você é o meu maior sonho
E enquanto você suavemente dorme
Então eu posso dizer-lhe o que isto significa
Presa em meus braços como o amor repousa
Eu não deixarei você escapar
É esse o verão de todos eles
É essa minha noite das noites
Que você veio para ficar

Aqui você está, dona do meu coração
Exatamente do modo como o amor deve ser
E há algo que eu tenho que lhe dizer
Se você prometer acreditar
Que é por você que eu estou vivendo
E, eu não poderia te amar ainda mais

Estações podem vir e estações vão
Mas essas são as palavras mais verdadeiras que eu conheço
Rosto a rosto, olhos nos olhos
Esse é o verão das nossas vidas
Um amor que não pode ser negado

Aqui você está, dona da minha alma
Nunca deixarei você dizer adeus
E há algo que eu devo lhe dizer
Nós deixamos o mundo lá fora
E você tem que vir para mim finalmente, nós começamos
Abra bem o seu coração
Deixe o meu amor mais profundo lá dentro
Eu somente estou fazendo o que eu tenho que fazer
Se você prometer acreditar
Que é por você que eu estou vivendo
E, eu não poderia te amar ainda mais



Barry Gibb