"O Bope é um tigre treinado e capacitado para rugir". A frase do coronel Mário Sérgio Duarte, ex-comandante do Batalhão de Operações Especiais, se encaixaria perfeitamente no roteiro de "Tropa de Elite", filme que projetou mundialmente a divisão de elite da PM do Rio de Janeiro, em 2007, e que completa 35 anos neste sábado (19).
Passado o fenômeno protagonizado pelo personagem ...Capitão Nascimento --e que durante muito tempo incomodou os verdadeiros policiais da unidade por conta da associação com a violência exacerbada pela obra--, o Bope conseguiu amadurecer a sua imagem ao se posicionar como carro-chefe da política de pacificação das favelas cariocas.
Hoje, a narrativa ficcional de "Tropa de Elite" já não incomoda tanto, e a presença dos chamados caveiras (referência ao símbolo do batalhão, um crânio humano atravessado por uma faca) nas comunidades passou a ser desejada pelos moradores. "A exposição [originada pelo sucesso do filme] foi positiva, mas gerou na corporação essa releitura da sociedade carioca como um todo", afirmou o atual comandante do Bope, coronel Renê Alonso.
"Estamos verificando isso agora. Hoje em dia, em algumas missões de pacificação, as pessoas já nos recebem com outro olhar. Muitos perguntam quando a sua favela será pacificada", completou.
A CAVEIRA
Segundo o coronel Mário Sérgio Duarte, ex-comandante do Bope, o símbolo da faca na caveira não simboliza a morte, tal como algumas pessoas pensam. "Na verdade, é uma imagem que representa o triunfo da vida sobre a morte", disse.
De acordo com o coronel Pinheiro Neto, que comandou o Bope entre 2007 e 2009 --atualmente, ele é chefe do Estado-Maior Operacional da PM--, o filme seria coerente com a realidade no sentido de mostrar que os policiais do Bope, de fato, "abominam a corrupção". O oficial, no entanto, nega que os agentes da elite da PM utilizem métodos como a tortura a fim de obter informações.
"'Tropa de Elite' é um excelente filme, mas não é um documentário sobre o Bope, muito menos sobre a Polícia Militar do Rio de Janeiro. Entretanto, trata sem hipocrisia a relação entre o crime e o consumidor de drogas, e das associações entre determinadas organizações não governamentais e o crime organizado. Ele mostra claramente que a vida criminosa não tem glamour e que os integrantes do Bope abominam a corrupção", diz Pinheiro Neto. "Por outro lado, não é verdadeira a tortura e os meios ilegais que aquele grupo de policiais aplica no filme para cumprir a missão. O Bope é uma unidade de polícia e respeita a lei. Não compactua com qualquer meio ilegal, seja ele qual for. Para o Bope, os fins não justificam os meios".
Fonte: http://noticias.uol.com.br/cotidiano/ultimas-noticias/2013/01/19/bope-completa-35-anos-para-ex-comandantes-elite-da-pm-do-rio-superou-fenomeno-tropa-de-elite.htm
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