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sexta-feira, 7 de setembro de 2012

Vivência da felicidade

Você está feliz hoje? Você é uma pessoa feliz?
São duas questões bem distintas, que merecem nossa atenção.
Normalmente, a felicidade é considerada como falta de sofrimento, ausência de problemas e de preocupações.
O conceito, no entanto, é raso, destituído de legitimidade, porque se pode experimentar bem-estar, felicidade, portanto, em situações de dor, assim como diante de problemas e desafios.
Parece um pouco difícil de se aceitar, de início, pois esse entendimento de felicidade como ausência de problemas, de incômodos, ainda está arraigado em nossa alma.
A felicidade é um estado emocional, no qual as questões externas, mesmo quando negativas, não conseguem modificar o sentimento de harmonia.
Da mesma forma, acontecimentos e circunstâncias perturbadoras são incapazes de alterar-lhe a magnitude, porque podem ser administradas e conduzidas a resultados edificantes.
Sempre se considera a infelicidade como a má sorte, a debilidade orgânica, a presença de enfermidade, os problemas financeiros e emocionais, a solidão e a insegurança, deixando transparecer que a felicidade seria o oposto.
Caso as ocorrências não sejam benéficas, propiciando prazer e poder, isso, de maneira alguma pode ser considerado como desgraça ou desar, dependendo, naturalmente, da maneira como sejam encaradas.
Invariavelmente, a situação deplorável de hoje, se bem administrada, transforma-se em dádiva de engrandecimento interior e de compreensão dos acontecimentos existenciais, mais tarde, favorecendo a conquista da felicidade.
Lembremos, por exemplo, dos ascetas, mártires e idealistas.
Quanto mais enfrentam dificuldades melhor sentem-se, agradecendo à vida as aflições que os elevam, que os ajudam a concretizar os objetivos que abraçam e os santificam.
No entanto, para o indivíduo comum, as sensações bem atendidas, o conforto, a conquista de valores amoedados, o experimentar de prazeres contínuos são fenômenos que se convertem em expressões de felicidade...
A postura dos mártires tem a ver com emoções superiores da alma. A outra, diz respeito às sensações dos sentidos físicos de efêmera duração.
Em geral, o sofrimento apresenta-se em todos os setores humanos como desdita ou infortúnio.
Considerando-se, porém, que é inevitável, que sempre se apresentará, devido ao atual momento evolutivo do planeta, faz-se necessário mudar a perspectiva de encará-lo.
Um recurso precioso é a constatação da sua transitoriedade, em face da maneira como deve ser encarado, dando-lhe qualidades positivas de aperfeiçoamento moral, de metodologia que leva à autorreflexão. Ao aprimoramento interior.
A felicidade, desse modo, não é a falta de sofrimento...
Pode-se ser feliz, embora com algum sofrimento, que não descaracteriza o bem-estar e a alegria de viver, propiciadores do estado pleno.

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